terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Desespero Humano

Segundo Soren Kierkegaard, filósofo dinamarquês do século XIX, a fonte de todo desespero é a não aceitação do nosso próprio eu. Daí vem as projeções que fazemos no outro, no passado ou no futuro.
Qualquer coisa é melhor do que a sua própria existência. Encarar suas limitações e imperfeições. O desespero é a compreensão de que não podemos viver a vida do outro. Não podemos voltar ao passado para tentarmos ser mais felizes hoje. E que o futuro certamente não se desdobrará conforme nossas tenras ilusões.
Um amor obsessivo bate às portas da loucura e do desespero. O apaixonado não se vê completo e o que não está completo é imperfeito, trôpego, impossibilitado, portanto, de ser feliz.
E isso ocorre com todas as outras formas de desespero humano. A sensação de que a sua vida está incompleta, inacabada ou o que é pior finda. Tudo sempre determinado por algo externo e que o desesperado não tem governabilidade para mudar.
A angústia, a ansiedade e a depressão tornam-se sintomas externos do que ocorre interiormente, isso porque a origem de toda dor esta em nós mesmos. Não no outro, no amor perdido, no seu chefe, no seu baixo salário, nos falsos amigos.
A origem da dor e do desespero está em não querermos aceitar, por vezes,  a grande responsabilidade que nos foi dada: sermos felizes.
Para tanto esse belo filosofo sentencia “somente quando realizamos uma escolha estamos realizando nossa existência”, e ainda “o desespero é a doença e não o remédio”. Portanto, sofrer também é uma escolha pessoal e intransferível.
A saída também é sinalizada (ainda bem!) por nosso caro filósofo. Nada mais é que orientar-se para dentro de si mesmo, sem máscaras ou fantasias. Nesse mergulho podemos chegar à origem de quem nos criou, a fonte do nosso eu, o Criador, Deus.

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