sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Uma Luz para o Mundo

No último sábado tive uma experiência única. Participei de uma das reuniões da Sociedade de Philosophia, comandada por nosso querido Marcos Afonso. É escrito assim mesmo com “ph”. Acredito que seja mais uma armadilha para nos envolver no clima do encontro.
O local escolhido, as luzes, o som. O pequeno e aconchegante auditório da Biblioteca da Floresta, prefiro chamá-la, ainda, de Biblioteca Marina Silva, já que tem tudo haver com ela: simples e sofisticada. Empresta ao grupo uma aura de sociedade secreta. Não se imagina que aquela discreta entrada lateral se abre para nos dar uma visão filosófica do mundo. É como um portal mágico, onde uma simpática moça nos recebe com um sorriso sem mais nada a dizer, apenas indicando o caminho.
Ainda tentado me “encontrar” fui apanhada por um terno abraço finalizado com um galante beijo em minhas mãos do Marcos. Costumo chamá-lo de príncipe, afinal que homem hoje em dia recebe uma mulher com um beijo nas mãos? Acredito que somente ele mesmo (sortuda minha amiga Patrícia).
Acomodei-me nas últimas fileiras, para poder observar melhor, ainda com o espírito e a mente vagando por lugares remotos. Quando fomos saudados pelo mediador com um largo sorriso - sejam bem vindo meus caros filósofos e filósofas.
Aquela saudação prendeu minha atenção de imediato. Daí em diante foi uma viagem alucinante entre obras de arte, poesia, literatura, religião, história, música. Tudo sendo apresentado com um acender e apagar das luzes dos slides, do teto, da minha própria visão, sim porque havia momentos em que eu fechava os olhos para ouvir melhor.
Quando eu pensava que tinha acabado. Como um habilidoso ilusionista que sempre tem uma surpresa na manga. Marcos pediu para apagarem as luzes e ele mesmo convidou e iluminou com uma pequena lanterna o caminho de um jovem que sentava-se bem à frente.
O jovem seguiu ereto, elegante para o palco sempre acompanhado pela luz que Marcos lhe oferecia, chegando lá ele soltou a voz num canto lindo e emocionante. Uma melodia que fez desprender de vez meu espírito que por alguns instantes pairou sobre um verdejante bosque.
Ao término da canção acenderam-se as luzes e fomos convidados a iniciar uma discussão sobre o tema.
Observando aquele público, a maioria com menos de vinte e cinco anos, percebi que o nosso querido mediador não jogava luz apenas sobre aquele jovem, mas sobre toda a humanidade. Abrindo caminho num meio em que a ignorância é festejada como a esperteza e que a velocidade dos acontecimentos é desculpa para agirmos sem refletir mais profundamente sobre a nossa própria existência.
Ele simplesmente nos convida a filosofar numa tarde se sábado em um recanto escondido. Tanta riqueza guardada apenas por uma moça de sorriso acolhedor.



Um comentário:

  1. Querida Raquel!

    Fiquei emocionado com o post!
    Muito grato, ganhei (ganhamos) o dia!
    Vou divulgar para a Sociedade!

    Dia 25, sábado, tem mais!

    ...Mil beijos!

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